domingo, agosto 23, 2009

Disparada

Prepare o seu coração
Pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar

Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo pra consertar

Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu

Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei

Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente

Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto pra enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe do que eu

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei

sábado, agosto 22, 2009

Porque a minha vida é de um mergulho só, denso e profundo, em meu tipo de vivência e de trabalho e na confusão dos dois, deixo coisas importantes de lado. Assim como conseguir me relacionar tranquilamente com alguém que nada tem com minhas profissões. Porque tudo isto me consumiu já de tal forma que não consigo colocar esse meu superobjetivo à margem. Porque queria eu viver tudo de uma vez, sem separações por temas ou capítulos, vivendo só coisas completas a cada quarto de hora. A cada quarto. Na hora.

Mesmo nesse vazio todo alguma coisa ainda me sustenta. Deve ser só a força que me dá o trabalho diário. Sim, tudo já ficou extremamente pequeno, mas ainda é um suporte saber que é o melhor lugar, é o lugar possível, é o lugar onde meu objetivo encontra ferramentas e condições dignas.

O que eu queria mesmo é conseguir um jeito de embarreirar esse viés de ofício pelo qual sempre passa meus pensamentos no último um ano e pouquinho.

quarta-feira, agosto 12, 2009

Ressentimentos do FACEBOOK

POSTAGEM REMOVIDA POR SER ANTIÉTICA

ANTI-ÉTICA

ANTI ÉTICA

nOvAs MíDiAs

Depois de twitter e, principalmente, facebook, ficou estranho escrever aqui. Olhe lá:

http://www.facebook.com/profile.php?id=521852384&ref=nf#/rai.junior?ref=profile

http://twitter.com/RaiPosModerno

Estou lá. Por aqui, só preciso lembrar, mais uma vez, disso:
”a corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco”
E lembrar que ontem eu iria escrever um livro aqui, mas preferi escrever um e-mail.

CIRQUE DU SOLEIL-MAR2008 044

sábado, agosto 01, 2009

Tudo vai mal, tudo.
Tudo é igual quando eu canto e sou mudo.
Mas eu não minto, não minto.
Estou longe e perto,
sinto alegrias, tristezas e brinco!
Meu amor!
Tudo em volta está deserto, tudo certo.
Tudo certo como dois e dois são cinco.

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não [apenas] por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é, que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.

 

Dois textos roubados de uma pessoa que também roubou os autores. E me roubou também… me levou pro nordeste e deixou uma folha de sulfite pregada em minha parede.