domingo, setembro 27, 2009

Barra do Una

Assistir UM BEIJO ROUBADO, de Wong Kar Wai, me faz ter de escrever isto e enviar pra alguém. Hoje eu uso óculos e essas lentes constantemente em minha frente são constantemente abordadas discursivamente por mim, ainda. Lembrei agora que lhe escrevei um e-mail há algum tempo atrás e não sei ao certo se me respondeu. E acho que por isso mesmo que lhe escrevo outro e farei isso sempre que precisar enviar um e-mail para alguém que não consiga me responder emotiva-sensorial-instantaneamente. Porque você está aí longe, somos ligados, creio, e você não pode me responder de um bom jeito, não do jeito que nós dois merecemos. E, quando eu digo essas coisas, tenho medo de pensar/criar coisas inexistentes... mas o medo é tão pequeno que some com o apertar de uma tecla. E eu digito o que penso...

Pensei em como a gente muda em tão pouco tempo, num intervalo de um ano. Lembrei de alguns grandes amigos de minha adolescência que já não vejo há mais de oito meses e que estão por aí, em mudança, assim como eu aqui. Lembro, agora, também de ti que não vejo há cerca de um ano. Lembro que cada pessoa dessas que eu lembro tem uma vida inteira, nova, grande, com outras e novas conexões formadas a cada dia. Lembro, por fim, de mim e de outras pessoas ao meu redor que têm problemas com a resistência às mudanças. E, enfim, eu só lembro... nada de conclusões.

As conclusões desta semana, última completa de setembro de 2009, é a de que continuo no Rio de Janeiro até julho do ano que vem. Hoje, na prainha, pensei que quero comprar a honda biz do meu irmão. Estou como único assistente de direção homem na nova novela das 19h, com mais 3 mulheres. O churrasco do final de semana passado foi melhor do que a mega choppada de Cinema de ontem. Eu não vou mais conseguir ler nada que não seja texto da novela nos próximos meses - adeus livro do Harry Potter, textos da faculdade, notícias na internet. O Festival do Rio vai passar e, se eu conseguir, verei apenas um filme - para ser otimista. Termino de gravar Malhação antes do previsto. Curso 9 matérias neste semestre, "bombo" em 1 que farei no semestre que vem, me formando, então, no 1º semestre de 2010, atrasando apenas 1 semestre minha previsão de formatura. Vou à São Paulo em outubro. Preciso correr com questões do filme em 16mm que rodo do dia 20 ao 25 deste próximo mês. Tenho bons novos amigos neste cidade, bons mesmo.

E, bueno, preciso dormir porque dormi pouco de ontem para hoje. Adoro você e sua distância... como ela me faz bem. Pensando brevemente, creio que não há pessoa mais agradável para quem eu possa escrever. Quero que estejas bem. Quero que as águas quentes daí sejam as mesmas daqui, esquentadas e ressalinizadas, viajando pela costa brasileira e tomando o suor de felicidade dessas pessoas que, como eu, têm o prazer de morar a metros do mar.


Te quero bem. Te quero.

sexta-feira, setembro 18, 2009

transborda.

descortina e se mostra um real inventado, visto agora por minhas lentes que sempre acho muito embaçadas. tem um quê de desilusão, daquilo que pensei ser meu terreno e que não sei, hoje, se é arenoso ou fofo ou os dois. como um sonho que cai, sonho que nunca foi sonhado. escrevo porque não sei qual minha parte, qual é a parte, não sei se é só uma parte ou se é um começo ou um fim. tenho medo. as pancadas, nesse ponto, são mais fortes e não é possível mais só abaixar a cabeça, morder os lábios e dar uma risada dissimulada. mudanças demais de um momento para outro, com, talvez, as mesmas pessoas. é um meio termo absurdo, complicadíssimo com disciplina, com 10 disciplinas semanais. escrevo por não saber. não sei onde ficar com aquilo que acredito, onde sustentar isso ou onde esconder isso como uma arma para ser usada mais tarde. e uma arma contra o quê? tenho medo dessas armas tomarem ações por si só, me deixando, então, à deriva sendo acusado por ser-me. é tudo muito grande e eu não tenho mais esta percepção. arranjar parcerias ideológicas é (a cada dia) mais difícil. mais complicado. tenho medo. tenho muito medo.

cabofrio 050

queria ter um conforto hoje, desse tipo de conforto que nunca tive depois que vim para o Rio de Janeiro. se a cidade fosse menos do que é eu não aguentaria. qualquer pessoa um pouco mais próxima que me tocasse o mínimo possível fazendo minha guerra interna necessária ser deflagrada, motivando minhas lágrimas. talvez o banho faça isso. talvez uma cerveja amanhã faça isso. ou então, quando eu já não mais aguentar, volto pr'onde eu comecei com toda esta história.

observa o  garoto com seu velotrol e o senhor com os balões.

domingo, setembro 06, 2009

não sei o que faço com o resto desse domingo. amanhã é feriado, mas isso significa quase nada pra mim, além do fato de não haverem aulas. daqui a pouco não haverá mesmo mais aulas e os feriados continuarão pseudo-existindo na tv brasileira. o que me move um pouco hoje é o desejo de ir além de ontem. mas minha cabeça daí revira e descubro a promiscuidade de tudo isso. chego a não entender essas pessoas com as quais eu e qualquer outra pessoa se envolve. e a relação é tão fluida que fico sem saber o que sentir no dia seguinte, mesmo acordando com a guria ao meu lado. os corpos deixaram de querer carinho e a individualidade (talvez proveniente da do sistema de vivência) é extremamente comum. e me dá uma vontade cada vez maior de achar alguém que deseje um carinho permamente.