quinta-feira, dezembro 24, 2009

Show do Milhão

Em nenhum filme indiano vi um casal de protagonistas dançar tão mal do que em “Quem Quer Ser Um Milionário”, de Danny Boyle. Claro, a excelência (há excelência?) deste filme com certeza não está na dança/música, mas foi apenas o que me passou pela cabeça nos créditos finais, onde ver os pequeninos protagonistas é muito mais agradável do que ver os sêniors dançando. E durante o filme pensei também sobre o subdesenvolvimento e tentei entender porque este filme ganhou Oscar’s. Não é um filme ruim, claro, mas queria me lembrar de quais produções que estavam concorrendo neste ano. É que acabo de ver também o Across The Universe e este sim me encheu os olhos.

Contudo, adoro os filmes indianos, seus ótimos atores e sua energia. A cor, o clima, a fluidez. O modo ultra-moderno de decupar e movimentar os planos. O tempo interno, a mise-en-scene.

No mais, continuo aqui em Guararema escrevendo em meu notebook sem internet. Não estou sofrendo tanto não. Acho que com 1 mega de internet a tristeza sempre dá uma trégua, né, se eu tivesse aqui nunca teria medo de nada. Apenas a chuva que preocupa; ver novamente cena como a de ontem, da inundação que, em 22 anos, nunca tinha visto no bairro aqui pra baixo de casa. Amanhã é dia de levantar cedo e ajudar o pai com o telhado de casa. Depois?! À noite encontro com amigos do colegial no Porto Vitória, em Mogi das Cruzes, e/ou formatura de 3º ano e 8ª série do Ivan Brasil, no Clube de Guararema. O triste é que minha maior propensão é estar nesta formatura, só não sei como fazer com esta festinha em Mogi. Talvez ir pra lá cedo e ver até o 1º tempo quanto vai ficar o jogo. Se não rolar contra-ataque, o negócio é voltar pra terra natal e aproveitar as férias. Conseguir um número de telefone de alguém do Ivan amanhã a tarde!

Queria postar uma imagem agora, há tempos que não posto nada e esse blog fica escuro. Deixa-me ver o que acho aqui em meu pc…DSC05991 Essa era a praça do coreto de Guararema há muuuuitos anos atrás, quando eu era bem criança. Acho que o Eduardo que tirou essa foto e escaneou. Uma kombi azul à frente e algum senhor lá atrás. Lá no fundo as janelas do mercadão, que depois virou Centro Artesanal e depois virou a prefeitura provisória da cidade. Lembro daí quando me deram de presente meu primeiro velotrol.eteEsse é um pouco da galera do meu 3º ano que se reunia todo ano pra celebrar o pré-natal. E a gente sempre achou que isso nunca iria acabar, que todo ano iríamos nos ver… rs… quanta bobagem que a gente pensa quando é gente nova. Amanhã, essa coisa de Mogi, é mais uma tentativa, que vai ser mais uma vez um pouco frustrada. Enfim, tudo foi muito bom e durou o tempo certo. Agora é sentir muita saudade, sofrer um pouco com a distância, mas conservar a energia boa que sempre nos uniu, passando-a pra frente. Fiquei angustiado.niverVó-87-2007 022  Eu, Paulinha (prima) e Shirlei (irmã) no aniversário de minha avó em Caçapava. Não lembro quando foi isso.

I wanna hold your hand

é que estou assistindo o começo de Across The Universe (2007) e já me inspira. São Paulo foi meu destino esta madrugada, com o Eduardo, e depois de assistir a alguns curtas de conclusão de curso dos meus ex-colegas da Anhembi Morumbi cheguei a Guararema, onde sempre encontro minha cama arrumada e meu banheiro limpo. me dá saudade disso aqui e hoje só consegui dormir, amanhã apenas que será dia de sair de casa. fico aqui até dia 22, quando vou pra Belo Horizonte. fico aqui uma semana. uma semana que me dá medo de ficar depressivo e não ter pra onde correr – aqui em Guararema não se tem pra onde correr, mas vamos ao teste. descobri que o melhor é admitir que o Rio de Janeiro já me é essencial e que existe a minha grande pré-disposição em ficar por lá. minha agenda 2010 está comprada e sei que não terá muitas citas até julho deste próximo ano. depois não sei. e não sei também se quero que haja. vou viver o melhor, voltar destas férias como se elas tivessem sido reparadoras. esta é a segunda semana.

na Universidade, CONSOLAÇÃO, curta-metragem de amigos totalmente filmado a custo zero no metrô de São Paulo, fala sobre as catracas deste metrô de mesmo nome, local de espera de jovens da noite paulistana do baixo augusta ou imediações. nele, um jovem espera, espera muito, e o filme é isto. em determinada hora um amigo chega e começa a comentar que lera um livro onde o autor ficava falando umas 90 páginas sobre o jeito certo de um homem andar. este autor é Stanislavski, o livro deve ser A Construção da Personagem e a cena foi inspirada no dia que eu cheguei para uma noitada ali, no metrô Consolação, falando sobre esta passagem deste livro. eu fiquei feliz, feliz mesmo por eles terem lembrado disso e, do jeito mais inusitado possível, me senti parte ainda daquela turma junta com a qual entrei no meio cinematográfico e que hoje se formam sem mim. o Cinema da Anhembi Morumbi já é nacionalmente conhecido e bem avaliado e juro que me sinto muito bem por isso.

e é incrível essa energia, a música e coreografia de Across The Universe.

domingo, dezembro 06, 2009

e então eu era herói e meu cavalo só falava inglês. deixo a escrita fluir como o ventilador ao lado que só lembra de mim no exato momento que tem que lembrar, na hora que seu vento a mim é direcionado. e então eu fui um amante e minha paixão só estala o fogo que passou. as coisas são feita assim, de restos e descuidos. de prosódias e grandes eventos. o quadro de horários não quer sair de minha parede e a faculdade já acabou. as férias chegaram sem eu querer e agora me convenceram de que serão boas pra mim. a agenda já está praticamente feita e eu quero tudo. quero colocar agora Cazuza para escrever o resto. por mar, por terra ou via embratel. meu corpo sente necessidades que eu não sinto; o cinto afrouxa-se mais vezes do que minha mente acha necessário. solidão que nada. e vou viajar pra perto mas por longos tempozinhos. criar laços mesmo, manter contato, manter contacto. a música do Cazuza invade, não há mais como escrever.