sábado, setembro 29, 2007

Carta Aberta para desentupir e dormir

Nesssa madrugada eu recorro mais uma vez ao PC para escrever e me desentupir. É uma forma de tentar contato, de registrar um sentimento do qual tenho certeza que é passageiro. Afinal todos são e tenho a consciência dos seres mutáveis, dos seres que se apresentam em períodos, em fases que se dividem entre reflexivas e irreflexivas/ativas/gritantes. E são três e meia da manã, horário em que se não acredita em mais ninguém.
Hoje eu tenho uma namorada que na verdade não sei se é minha. Na verdade sei sei; mas o que eu sei e do que tenho certeza é apenas de sua dignidade, respeitabilidade. Mas sei que tudo isso não é nada, que pode se perder.
E essa questão veio à tona por informações de uma pessoa sobre seu relacionamento - e questiono a veracidade das informações, mas a mim, como persona distante e ausente, nada me resta a não ser acreditar.

Um dia eu tive muita vontade sobre você e, como sempre digo, nada termina definitivamente nunca, mas se atenua e quase torna-se imperceptível. Tornou-se. E depois que se tornou eu vi algo de mais belo, algo de único e que me fez acreditar em muita coisa boa, me fez acreditar que eu, persona estranha ao mundo, poderia também viver algo calmo e ter paz, a paz que eu quero, assim como eu a via exercendo. Sim, porque você me espelhava, porque o mundo também te estranha, e eu achava que lhe conhecia. Realmente eu não sei quantificar a importância que tens pra mim e até soa estranho eu pensar tanto em ou sobre uma pessoa que nunca deve ter dispensado parte inteira de fatia de pensamento a o Jr., mas o que me interessa é pensar o mundo através de você (e sim, isso pode ser uma mentira, um engano, e eu só esteja fazendo tipinho de alheio a ti). Em algum momento eu queria a reciprocidade de alguém para diminuir essa esfera enorme e complicada em apenas dois pontos: o eu e o ela - e disto levantar uma lona e proclamar a liberdade do raciocínio relacional, do pensar antes de falar, do imaginar antes de ser. É, porque eu não queria imaginar, não queria ter medo, não queria ter de pensar o que o do meu lado pensa. E é isso que você representou, esta idéia, esta sintese.
E hoje tudo se descontrói de forma que a única coisa que posso pensar é sentir alguma coisa, e essa coisa se assemelha a medo. Bate nos cantos da minha cabeça a frase "medo de te perder", coisa bizarra. Mas acho que sei: é perder o que eu acho que você é e, por ser assim deste jeito, você é única. Às vezes eu consigo me decifrar...

É engraçado o fato de chamarem de "raros" pessoas que se assemelham. É estranho eu buscar o diferente, porque isso não existe. Mas contudo porém entretanto todavia eu sou um artista na vivência e eu posso e devo buscar o diferencial em cada ponto. Em cada ponto sincero, sem demagogia de Teatro Mágico, sem precisar sobreviver com a alienação de quem eu quero bem. A verdade é que eu te reconheço como artista de si mesma e dos teus lados, a verdade
é que mais uma vez irás pensar que tudo isso é denso demais e complicado e é uma verdade que és densa demais e complicada, ou não, e eu lhe admiro.

Todo mundo tem um dia de entendimento pleno e mútuo.

Boa sorte.
Boa noite.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Juliana, Fábio, Raimundo, Gabriela
COS – CI – CRPC – MA4
Projeto Experimental em Roteiro
Justificativa do curta-metragem “Vírgula”


Vírgula fala sobre a incomunicação humana ou as falhas neste processo. Pretende, através de narrativa e cenas estranhas, contar a história de um Homem que vive uma vírgula, uma pausa sem ar em sua vida e explica quais os motivos e conseqüências deste fato, deste ato. A culpa atormenta nosso personagem que busca a salvação em alguma calmaria, que quer estar a salvo do olho do furacão em que se encontra.

Conceber Vírgula é desafiar-se desde o começo. Adaptar um monólogo teatral a oito mãos é tarefa que consideramos até demasiada fácil, pois não pretendemos fazer o texto teatral filmado, e sim apenas usá-lo como base para uma experiência cinematográfica que seja só nossa, original e completa. Não queremos ter o peso de ter de “respeitar artisticamente” a dramaturgia teatral porque entendemos que focinho de porco não é tomada, uma coisa é uma coisa e outra é outra, tanto que ele apenas foi lido uma única vez por cada integrante. O objetivo é termos um filme que dialogue sim com este texto, mas só a princípio. Depois enverede por terrenos que apenas os roteiristas podem construir mediante diálogos longos sobre a condição humana. Sim, este é um filme existencial.

terça-feira, setembro 18, 2007

Nestes dias o sol nasce do lado certo, o metrô anda em boa velocidade,
o vento não é pouco nem é muito,
a internet não cai e a comida não é tão preocupante.
Nestes dias eu sinto meu mundo completo e em sintonia fina.

domingo, setembro 09, 2007



que fique aqui, guardado, o que é ser melhor.

sexta-feira, setembro 07, 2007

E Depois do Adeus

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder.
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci.
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor
Que aprendi.
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós.

terça-feira, setembro 04, 2007

MINI CERTEZAS

Já era de se descreditar toda a fase boa, o êxito profissional, a felicidade contida em todas as festas, em todas as bebedeiras, em todos os êxtases. Passaram-se meses, alguns dias, vários finais de semana vividos com o máximo de carinho possível, de conforto possível, de prazer inevitável. Tudo é impossível até que se torna inevitável. And everything change, tornando o falar americanizado demais, melodramático, pesado. Denso, tenso. Penso numa nova forma também de encarar as coisas e consigo momentos mais sóbrios, onde percebo que tudo é pra ser assim, tudo é óbvio demais para ser mentira.

In youth, beside the lonely sea. Isto é o que está em meu msn, talvez já premeditando o estado.
Eu realmente não tenho muito o que escrever, registrar. Cada momento em frente à esta tela é só mais uma forma de esvaziar a mente para poder dormir sem mais lacrimejar.

E mais uma vez, daqui a pouco, irei à praia. E acabei de pensar que irei escrever as mesmas cinco letras, na mesma praia, para que o mar venha e apague e leve. Leve leve, sem muita dor, sem mais peso. E mais uma vez eu vou estar sozinho; sozinho diante do mar e sempre sozinho nesta paulicéia desumana, individualista, cansativa. Por que somos fadados ao sofrimento mínimo? Na verdade creio que isto páre cedo, muito cedo. Só preciso dizer que você é linda e que tudo (mais uma vez a palavra tudo) foi da maneira mais honesta possível. Só queria poder precisar o momento que tudo fugiu de minhas mãos e se perdeu nos domínios de um outro rapaz, o exato momento que deixei que sentisses algo mais forte por outra persona. E então rever agora os sites de relacionamento e reconhecer o processo acontecendo há tempos. E tudo acontecendo com você, você que sempre jurou sob qualquer circunstância que era minha, que não saía dos meus braços, dos meus abraços, de meu colo, de meus pensamentos mais gostosos.

É isso. Já foi e revirar orkut é descobrir coisas com as quais não posso lidar.
Você tem de correr atrás do que quer não importa o que aconteça.

Corra que eu vou devagar, sentindo cada pormenor e usando estes como inspiração. Fadado estou a ser artista e sempre foi difícil fugir disto. Fadado ao bloco do Eu Sozinho. E nesse bloco o Chico Buarque toca:
"Apesar de você
amanhã há de ser
outro dia..."

Qual era mesmo aquela música que tinha guardado para escrever-te em um testimonial? Aquela que cada vez que eu ouvia no fone de ouvido, no trânsito ou no metrô, pensava que tinha de lembrar quando estivesse em casa, em frente ao PC. Só para te dizer.


Adeus também foi feito pra se dizer Te Amo.