Brochando

Se eu fosse escrever sobre meus estados nada iria além de brochismo. Por causa da Cinemateca Brasiliana, da desesperança da Universidade e dos dias que passam sem eu ficar estressado pelo cansaço. Eu estou ficando em casa, compreendem? Estou com tempo, bastante tempo pra não fazer nada, pra virar vagabundo e isto é perigoso sim, Eduardo. O Eduardo vem morar aqui com a gente e acho que vai ser legal. Mais um artista e perdido aqui pra essa casa. Essa casa tão gostosa. Hoje eles gostaram do meu arroz, comemos na sala sem ligar a TV porque a NET não estava funcionando e foi interessante, a vida é interessantíssima sem TV. Mas eu quero trabalhar na TV e hoje me inscrevi no programa de estágio da Globo. Se rolar, legal, só quero mudar, mudar sempre, mudar de 3 em 3 meses. Não, eu não quero construir nada, subir dentro de um mesmo lugar pra lugar nenhum, eu só quero mudar, ver tudo e aprender e apreender tudo. Estou ouvindo Cordel do Fogo Encantado e até um ponto eu tenho até vergonha disso. Mas não, estes são sérios, só estão ligados aos sujadores da MPB pelo público.
Quero trabalhar na Globo pra produzir lixo, quero mesmo. Tomara que eles continuem assim. E depois sair de lá e entender muito bem como se faz isso. Daí depois talvez trabalhar em um banco, sei lá. Depois, ou melhor, antes, bem antes, talvez no ano que vem, fazer um curso de um mês em Cuba. Isso eu tenho a certeza de que irei fazer. Quero conhecer Cuba antes que tudo caia, que caia essas esperanças, que caia o vermelho, enfim. Amarelo e vermelho. Ante-brochismo.