sexta-feira, junho 01, 2007

sobre "Querô", o Cidade de Deus paulista

Mais.

Adaptado da obra de Plínio Marcos, grande dramaturgo teatral, o recém lançado longa-metragem “Querô” não se estabelece como obra cinematográfica relevante para o Cinema nacional. Regionalista, trata da trajetória criminosa (mais uma vez...) de um garoto na zona portuária de Santos, litoral paulista. Sim, é mais um bom ator, assim como Laranjinha e Acerola.

A produção parece querer ser o “Cidade de Deus” paulista, uma corruptela em várias e ainda não-analisáveis questões - pelo pouco tempo ainda de difusão. O jovem ator, como já dito, é tão revelação quanto Dadinho (Douglas Silva) e seu personagem tem até seu próprio jargão semelhante na cena em que adentra, pela primeira vez, a FEBEM: “Querosene o caralho, meu nome é Querô porra!”. Trata mais uma vez da falta de saída do jovem-pobre-sem-família brasileiro, destinado desde o nascimento ao crime e à morte prematura, sempre com um romance jovem melodramático para emoldurar o enredo e regado de muitos palavrões.

Bom também é atentar para o mega baile-funk carioca, com direito aos MC’s e gostosas esfregando a bunda nos “manos” (peitos livres, etc), em pleno litoral-sul de São Paulo.

Vale pela fotografia do porto de Santos, grande e interessante região para produção cinematográfica e pelo trabalho desenvolvido com os atores. Mas exatamente qual o porquê da existência desta fatia da produção artística tão grande que é ligada mais ao projeto social do que ao produto final? Isso deve ser sempre levado em conta na leitura do filme em detrimento de outras qualidades? Pois, se for, será fácil fazer Cinema nos próximos tempos, com tantos atores pelas ruas esperando o convite para fazer sucesso no lugar dos profissionais.

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