segunda-feira, janeiro 22, 2007

O que um dia esteve no orkut, em meu "about me":

Penso às vezes que fiz pouco em minha vida e por isso é bom sempre deixar as lembranças em lugares visíveis:
Nunca consegui plantar bananeira. Plantei pés de feijão em algodão e álcool, cana no sítio do meu pai (as quais nunca voltei para chupar) e sementinhas no coração dos outros. Nunca joguei futebol, mas uma vez fiz todas as crianças sairem do gira-gira para eu poder brincar, sozinho. Sozinho, meio que figurante sempre eu cresci, e talvez o seja até hoje. Na maioria dos lugares fui sempre o segundo, mas então penso que depois do segundo há milhões de lugares possíveis e nunca os experimentei. Coisa boa, acho. Fiz amigos de fé, tenho inimigos que assim são porque se fazem e não porque os fiz. Não, eu não tenho inimigos. Já li muito, já vi os melhores filmes, já discuti arte com muita gente grande. Tive várias paixões: todas sem durar mais que três semanas e já namorei por longo tempo. Fiz infeliz mais vezes do que me fizeram (me arrependo), mas minhas infelicidades, tenho a certeza, foram mais densas (redimo-me). Me perdi em shows e reveillón e beijei muita gente bonita. E as feias sempre foram aceitáveis esteticamente. Já subi na caixa d'água da ETE, pixei muro de escola, peguei menina no banheiro, dei PT depois d'Augusta. Fui sexualmente irresponsável com meninas responsáveis e já aproveitei também de outras irresponsáveis. Atravessei cidades atrás de mulher. Joguei carteiras de classe em cima de colegas, sequestrei ursinhos de pelucia e os fiz reféns para ter o que queria. Alguns carnavais foram loucos e alguns tempos teatrais também. Tive sogro, tive sogra. Tive experiências que ninguém duvida. Tive professores amigos e amigos que se tornaram professores. Já fui assaltado à mão armada no Rio de janeiro, já voei o suficiente em cias brasileiras. Já fui pra Camboriú, Boiçucanga, Barra do Una, vi o sol nascer na beira da praia. Eu adoro São Paulo, o estado. Eu tenho grandes amigos por aqui e amigos em muitos lugares. Fico feliz quando vejo que muita gente sabe e não esquece o meu nome- é uma forma de não ser lembrado pelo que faz, mas sim pelo que é. Eu moro em São Paulo, capital. Tenho vida boa, sim, e inteiramente conquistada, o que me cresce o peito. Tenho você. Orgulho-me de pai e mãe e meus irmãos são preciosos, tudo isso sem precisar fazer barulho por coisa tão certa. Meu olho é atento e meu ouvido é cansado de ouvir algumas coisas, ele quer mudanças. Minha linguagem é audiovisual.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial