terça-feira, novembro 21, 2006

Gostaria de conseguir falar sobre minhas sensações ao rever fotos de tempos teatrais e lembrar também de tantos outros tempos dos quais não guardo foto alguma. Tantos nomes, tantas lembranças, tantos atritos, tantas coisas boas. As despreocupações, os medos. Tantos conhecidos e pessoas que ficarão pra sempre em minha memória.

No Teatro eu experimentei tudo. As preocupações e a responsabilidade de dirigir, o esforço e suor de atuar, a correria e os relacionamentos de produzir. Não quero dizer que sou um PHD nesta arte, mas que fui a fundo e vi e revi de todos os lados o fazer. Conheci gente interessante, gente importante, gente bonita. Fiquei com uma dúzia delas, foram experiências únicas - as pessoas desse meio têm muita coisa de diferente nestas horas, rs. O Teatro me levou para longe, longe mesmo, talvez os lugares mais distantes que já tenha ido. Ele me aguantou, me sustentou, me proporcionou liberdade de corpo e pensamento e fez de mim alguém conhecido por aquilo que faz, deixa de fazer ou faz irritando os outros. Muita gente quis crer em mim, apostar que eu seria ator, que trabalharia o resto da vida com o palco ou com a ausência dele e foram pessoas equivocadas. O Teatro para mim foi uma experimentação, à qual devo muito, muito muito mesmo. Melhor, devo nada - tudo que ele me proporcionou dei em troca ao próprio.

Tive amigos que são até hoje muito amigos e outros que foram turmas. Nada melhor nem
pior, apenas coisas diferenciadas em tempo. A galerinha, as meninas de Mogi sempre em Guararema, a galera de grupos em São Paulo, as pessoas dos Encontros Estaduais de São José do Rio Preto ou daquela cidade perto de Ilha Comprida que já nem mais recordo o nome. Oficina Cultual Amácio Mazzaropi, Grupo Quântica Teatro Laboratório (onde mais fui ator com o sangue da palavra), Núcleos de Artes Cênicas de Guararema, Teatro Experimental Mogiano... Meu Deus, quantos nomes, quantos rótulos para quase a mesma coisa! Tudo foi bom, tudo foi maravilhoso, vejo hoje.Hoje continuo na administração e produção da cultura, estudando, e por outro canto; e na verdade liguei o computador para dizer outras coisas antes de rever as fotos digitais que essa máquina guarda. Eu iria falar sobre o empreendimento familiar, a brusca nova mudança de ares que é possível, os reencontros paulistanos e a paz de Guararema, que já é tema quase-que-saturado. Mas isso que saiu e mais uma vez percebo que sou tão dono da minha produção quanto qualquer um. Hoje é domingo, dia 19 de novembro, porque amanhã é dia 20 e é feriado em São Paulo - não irei trabalhar. Já é quase uma hora e papai e Shirlei estão chegando para almoçar. Eu amo minha família e São Paulo e as pessoas de lá. Hoje eu stou querendo sair pelo ar puro de Guararema.

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