sexta-feira, dezembro 26, 2008

Talvez a coisa mais sentida com essa merda toda é a falta cada vez maior das lembranças. O que fica aqui em São Paulo além de minha família e grandes amigos - em sua individualidade, não em grupos. O pré-natal deixou óbvio o tempo que passou e suas distruições. A distruição do namoro deixou óbvia a carência afetiva e idealizada que eu tinha de São Paulo /e suas pessoas /e meus amores. Agora sobram coisas que eu desconheço em sua maioria. A vontade de me apaixonar e encontrar alguém que me abrace e faça-me carinho como quem gosta de mim. A tristeza que não tenho tempo de sentir no Rio de Janeiro e que vem como dívida minha e de uma vez. Não que eu esteja depressivo, há dias sem sair de casa ou sem vontade de levantar da cama. É bem ao contrário. Quero é me levantar tão rapidamente que este notebook se espatife na parede. E eu saio correndo, sem descer as escadas pé por pé e sim flutuando, fluindo. Na rua, em minha corrida, com o suor já exigindo da boca o gosto e dos cílios a contenção, encontro uma pessoa que me quer bem sem me questionar como anda minha vida, a quantas anda minha faculdade e meu trabalho na tv. Aí ela apenas me abraça devagar, tendo todo o tempo do mundo em suas mãos e passando por minhas omoplatas. E ela vai perguntar: homoplasta com H ou omoplata sem H? E eu rio, e passo a mão em seu rosto liso. Beijo com a leveza dos apaixonados pela vida que dali vai haver. Beijo os seus lábios.

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